Reembolso Negado: A Miopia Atuarial dos Planos de Saúde Diante do Poder Terapêutico da Alimentação Funcional.

Imagine a carta. Aquela, com o logo do plano de saúde, que chega e já causa um calafrio. Você a abre e lá está a palavra que ninguém quer ler: NEGADO. Mas o que foi negado não era um procedimento experimental ou um tratamento estético. Era o reembolso de algo que está, literalmente, mudando sua vida pela boca: uma terapia nutricional específica, com alimentos funcionais e suplementos prescritos por um médico, para controlar uma doença crônica que antes parecia uma sentença. Essa cena, infelizmente, tem se tornado um campo de batalha silencioso para milhares de brasileiros. De um lado, pacientes e profissionais de saúde que testemunham o poder transformador da alimentação como ferramenta terapêutica central. Do outro, um sistema de saúde que, apesar de todo o avanço científico, parece preso a uma lógica do século passado, onde a calculadora só reconhece códigos de cirurgias e caixas de remédios. É sobre essa desconexão profunda que vamos conversar. Vamos mergulhar no paradoxo de um modelo de negócio que muitas vezes prefere financiar as caríssimas consequências de uma doença a investir na sua causa raiz. Vamos desvendar o que se esconde por trás das negativas, essa “miopia atuarial” que ignora as evidências e o potencial de economia a longo prazo para focar em custos imediatos, deixando o paciente no centro de um embate entre o que a ciência comprova e o que a burocracia permite.