O astigmatismo é um dos erros refrativos mais comuns que afetam a visão humana, juntamente com a miopia, a hipermetropia e a presbiopia. Trata-se de uma imperfeição na curvatura da córnea (a camada transparente na frente do olho) ou, menos frequentemente, do cristalino (a lente interna do olho). Em um olho com visão perfeita, a córnea e o cristalino têm uma curvatura esférica e lisa, como uma bola de basquete, permitindo que a luz que entra no olho seja focada em um único ponto na retina. No astigmatismo, essa superfície é irregular, mais ovalada, como uma bola de futebol americano. Essa irregularidade faz com que a luz se foque em múltiplos pontos, resultando em uma visão embaçada ou distorcida para todas as distâncias.
A prevalência do astigmatismo é bastante alta. Estudos indicam que uma parcela significativa da população mundial possui algum grau de astigmatismo, muitas vezes desde o nascimento. De acordo com o National Eye Institute (NEI) dos Estados Unidos, cerca de uma em cada três pessoas pode ter astigmatismo. Frequentemente, ele coexiste com outros erros refrativos. Uma pessoa pode ser míope ou hipermétrope e também ter astigmatismo. A condição pode variar de leve, quase imperceptível, a grave, impactando significativamente a qualidade de vida e atividades diárias como ler, dirigir ou reconhecer rostos à distância.
É fundamental entender que o astigmatismo não é uma doença ocular no sentido patológico, mas sim uma condição refrativa, uma variação na anatomia do olho. Por ser majoritariamente de origem genética, é comum que vários membros da mesma família apresentem a condição. O diagnóstico precoce, especialmente em crianças, é crucial para garantir o desenvolvimento visual adequado e prevenir complicações como a ambliopia (olho preguiçoso). Felizmente, o astigmatismo é facilmente diagnosticado em um exame oftalmológico de rotina e possui diversas opções de tratamento altamente eficazes.